sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

28/01 - DEBATE QUE AMORES SÃO ESSES?

Tema: Arquivo Miroel Silveira e a Censura Moral
Dia 28/01 às 21h
Convidados: Prof. Dra. Maria Cristina Castilho Costa; Prof. Dra. Mayra Rodrigues Gomes e Prof. Dra. Roseli Figaro.



Professoras Maria Cristina Castilho Costa, Roseli Fígaro e Mayra Gomes respectivamente.

Maria Cristina Castilho Costa possui Bacharelado e Licenciatura em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1973), Mestrado em Ciências Sociais (Antropologia Social) pela Universidade de São Paulo (1985) e Doutorado em Ciências Sociais (Antropologia Social) pela de São Paulo (1990). É Livre-Docente em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Atualmente é Professora Associada da Universidade de São Paulo, Presidente da Comissão de Pesquisa da ECA/USP, Coordenadora do Curso de Especialização Lato Sensu Gestão da Comunicação e editora da Revista Comunicação & Educação. Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Artes e Comunicação, atuando principalmente nos seguintes temas: comunicação, arte, educação, sociologia e comunicação digital. Coordena o Projeto temático - A cena paulista - estudo da produção cultural de São Paulo, de 1930 a 1970, a partir do Arquivo Miroel Silveira da ECA/USP.

Mayra Rodrigues Gomes, Professora Titular do Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA-USP, possui Bacharelado e Licenciatura em Filosofia pela Universidade de São Paulo, Mestrado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo, Doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo, Pós-Doutorado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Livre Docência em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Atua nas áreas de teoria da comunicação, filosofia da linguagem, psicanálise, tendo o jornalismo, e a produção midiática em geral, como foco de reflexão. É uma das pesquisadoras principais junto ao projeto temático A cena paulista - estudo da produção cultural de São Paulo, de 1930 a 1970, a partir do Arquivo Miroel Silveira da ECA/USP , apoio FAPESP, em que desenvolve linha de pesquisa sobre palavras censuradas. Lidera, ainda, proposta pedagógica para as disciplinas que ministra na graduação e projeto de pesquisa sobre o jornalismo face ao direito de livre expressão, atividades com apoio do CNPq

Roseli Aparecida Fígaro Paulino possui pós-doutorado pela Universidade de Provence, França (2007), doutorado(1999) e mestrado (1993) em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo; e graduação em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Casper Líbero (1981). Atualmente é professora doutora na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. É coordenadora do Grupo de Pesquisa Comunicação e Trabalho; pesquisadora principal do Projeto Temático A censura em Cena, do Grupo de Pesquisa do Arquivo Miroel Silveira. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Linguagem Verbal e Teorias da Comunicação, atuando principalmente nos seguintes temas: comunicação e mundo do trabalho, gestão da comunicação, e comunicação/educação.

Resumo dos Currículos retirados da Plataforma Lattes.


Participaram do debate 15 pessoas.

21/01 - DEBATE QUE AMORES SÃO ESSES?


Tema: “O Feitiço” / Teatro de Revista
Dia 21/01 às 21h
Convidado: Flávio Porto

“Quando eu era criança eu ouvia falar de teatro de revista como uma coisa licenciosa, naquela época eu não tinha noção, talvez o “imoral” fosse o termo mais comumente utilizado a respeito do teatro de revista.”
Flávio Porto
Flávio Luiz Porto e Silva
Possui graduação em Comunicação Social pela Universidade de São Paulo (1971). Atualmente é Professor Adjunto da Fundação Armando Álvares Penteado.
Participaram do debate 10 pessoas.

Fotos:
Crédito: Paula Dalazen

20/01 - BAZAR DRAMATURGIA

Sobre o Debate "Bazar Dramaturgia do dia 20 de janeiro".
Por William Costa Lima




Nesse último dia 20 de janeiro recebemos em nossa série de debates do "Bazar Dramaturgia" o dramaturgo Luis Fernando Marques(Grupo XIX de Teatro) e Ana Roxo (Dramaturga do espetáculo Gardênia).

Vale relatar aqui a potência desse encontro, que teve o o gosto da estimulante discussão do teatro feito hoje. E seria impossível fugir desse hoje, uma vez que contávamos com a presença da inquietude de dois jovens artistas atuantes da cena teatral paulistana.

A conversa começa com ambos memorando o que acreditam ser suas primeiras experiências com a palavra escrita para o teatro. A seguir, caímos no encontro dos dois "Dramaturgos" dentro de um mesmo curso de formação de atores da Escola de Arte Dramática(Eca/Usp). E a frase capaz de resumir esse encontro só poderia ser: "Expulsos da aula de corpo".

Luis Fernando Marques, expôs boa parte da sua experiência como dramaturgo no grupo XIX de Teatro e em outros processos, fazendo objetivas colocações sobre a possibilidade de detonar um processo à partir de um documento (Carta, processo/arquivo...). Mais do que um dramaturgo, Luis, reafirmou-se como um editor de histórias.

Já na fala da dramaturga Ana Roxo, podia se notar alguém disposta a contar histórias, alguém disponível a uma dramaturgia ficcional. Ana, relatou os seus procedimentos na criação por encomenda e do como se apropria dentro desse processo, usando como experiência o seu trabalho com a cia Delas de Teatro e "Gradênia", sua livre inspiração para "O Amor nos Tempos de Cólera" de Grabriel Gracía Márquez.

Vale relatar aqui também parte da discussão sobre a palavra "contemporâneo", por vezes mencionada pela instigada e instigante platéia. Ana e Luis, refletiram sobre a iminência de ser contenporâneo. "Não entendo porque a preocupação em ser contenporâneo. Nos resta outra opção? Acordar, já é ser contenporâneo", diz a dramaturga. A seguir ambos divagam com o público presente sobre o evento cênico; o teatro como lugar de encontro.

E o que podemos dizer mais sobre esse encontro? Podemos lembrar aos que lá estiveram e dizer aos que não estiveram, que dia 20 de janeiro de 2010, às 20h, aconteceu de maneira leve e simples um encontro sincero entre público e platéia, onde mais do que discutir o teatro e suas vias, pessoas pareciam dispostas a refletir o humano, e repito: "Com sinceridade".

E foi doce.

14/01 - DEBATE SOBRE ARTE E TECNOLOGIA

LÚCIO AGRA E VJ PALM DESMISTIFICAM A “TECNO ARTE”
por Leandro Caldarelli (ator)

Jogos de luzes, microchips, “trackers”, arduínos, sensores ópticos e projeções de vídeo aliadas à antiga arte da interpretação são temas de debate do projeto “Que Amores São Esses?” que ocorreu no dia 14 de janeiro no Teatro de Arena Eugênio Kusnet. Começamos com nosso parceiro Lúcio Agra nos dando um panorama histórico geral de como ocorreu a fusão “teatro + tecnologia” dando origem aos primeiros espetáculos com mecanismos analógicos de movimentação de cenários e efeitos especiais, por volta das décadas de 20 – 30. Algumas dessas engenhocas desenvolvidas por Erwin Piscator (1893 – 1966) que, em suas experimentações com o teatro épico, dava vida a bonecos, movimentavam plataformas e utilizavam projeções de vídeo. Agra nos fez viajar pela trajetória da tecnologia no teatro, passando pelo período pós-guerra em que nasceu a primeira noção de performance como algo que não era dança, não era teatro e não era artes plásticas e sim um misto de tudo isso levando a cena às últimas conseqüências para envolver o público, sempre utilizando os recursos tecnológicos em favor da mesma. Discorreu então sobre o Living Theater americano, com o “happening” trazendo um novo conceito de teatro em que o público já não era mais espectador da obra e sim parte dela. Adentramos na era contemporânea em que a tecnologia digital invadiu os palcos por definitivo acrescentando cada vez mais elementos ao teatro e deixando o mesmo com mais cara de performance. Depois foi a vez de Ricardo Palmieri nos imergir no universo do teatro tecnológico pós moderno nos apresentando alguns grandes nomes da cena mundial.



No vídeo acima, podemos ver a performance “Messa di Voce” do artista americano Golan Levin em 2003, que começou como engenheiro e descobriu a arte na tecnologia. A maioria de suas obras são performances ou instalações nas quais ele se utiliza de projeções, sensores de som, câmeras que captam a movimentação e muita criatividade para fazer com que o seu público experimente as sensações de sua arte por completo.


Body Navigation (8 min. trailer) from ole kristensen on Vimeo.



Aqui assistimos a instalação “Body Navigation” do artista dinamarquês Ole Kristensen, que se utiliza da mais moderna tecnologia de sensores de movimentação corporal e projeções para criar ambientações com as quais os atores e dançarinos possam interagir criando desenhos, imagens, jogos e brincadeiras que enchem os sentidos do público. Em seguida, fomos elevados ao nível das grandes performances ao ar livre com esse vídeo

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do grupo espanhol La Fura dels Baus em sua magnífica “Naumachia”. O La Fura Dels Baus, se utiliza de engenhocas gigantes e apresentações chocantes que misturam muito das artes circenses com a tecnologia de luzes e projeções para imergir o público em um estado de adrenalina e êxtase. Passamos também pelo grupo Royal De Luxe que se utiliza de bonecos gigantes como o La Fura, mas no meio das ruas,



passando de cidade a cidade, envolvendo públicos distintos e habitats diversos para contar suas histórias. Por fim, Palmieri nos apresentou seu trabalho e a tecnologia utilizada por ele para criar e executar sua arte nos mais diferentes tipos de espaços e linguagens - sempre agregando o público como parte da criação e não apenas como espectador, deixando espaço para que o mesmo deixe sua marca nas obras.



Nessa instalação Palmieri desenvolveu um sistema de câmeras que captam o movimento do indivíduo que se encontra na sala e dispara vídeos de celulares sendo destruídos.



Aqui, o robô, programado para ficar “perdido” no ambiente, conforme passeia sobre o mapa, dispara vídeos com cenas das ruas da cidade.



Nessa cozinha, o “lance” era fazer uma sopa de olhos. A projeção dos olhos feita sobre a água fervente era contínua. O público poderia entrar na cozinha e fazer qualquer receita sobre sopa de olhos.



Esse último vídeo é a introdução de seu mais recente trabalho audiovisual nos palcos em parceria com a Cia. Les Commediens Tropicales, o espetáculo “O Pato Selvagem” de Henrik Ibsen do qual fez parte da criação cenográfica. É uma vídeo-colagem feita por Carlos Canhameiro. Entre outras tecnologias que Palm nos apresentou, duas são as mais peculiares: a primeira é a utilização do Wiimote e do Nunchuk (joysticks do vídeo-game Nintendo Wii) como instrumentos musicais virtuais para criação musical. Ele os conecta via Bluetooth a um PC, utilizando um software específico, e através dos movimentos de suas mãos que são detectados e codificados pelo computador, consegue imitar sons como se tocasse os próprios instrumentos. A outra é a utilização de arduínos, pequenas placas de recepção e armazenamento de informação que conseguem transformar informações captadas por microchips, espalhados pelo meio ambiente e ligados a algum veículo de mídia específico, como uma webcam, em informação digital, a distâncias grandes. Com isso, conseguimos, por exemplo, captar imagens de um espetáculo apresentado em um teatro e exibi-las em outro teatro próximo ao vivo sem a utilização de nenhum tipo de cabeamento. Em suma, o debate que era pra ser sobre a utilização do audiovisual no teatro, acabou em uma grande aula sobre a tecnologia de ponta disponível a preços acessíveis no mercado e as milhares de aplicações das mesmas na arte, seja ela teatral ou não. Tocou também no fato de como é de fácil, mesmo sem grandes conhecimentos específicos, através da utilização da internet como meio de pesquisa, tornar-se apto a desenvolver infinitos tipos de engenhocas que dialoguem com o ambiente artístico; algo que na década de 20, quando começou a despontar, era sofrido e levava muito tempo para ser testado e realizado. Arte e tecnologia... E aí? Vai encarar?